REBELIÃO DAS MÃOS

Se minhas mãos se rebelassem
Contra as ordens autoritárias
Que recebem da minha mente
Se minhas mãos conspirassem
Poderiam juntas me estrangular
Apertando o indefeso pescoço
Que segura a poderosa cabeça
Que contém o ardiloso cérebro
Centro de controle e espionagem
Com sua rede de sensores no corpo.

Se minhas mãos agissem rápidas
Esgoelando as vias de suprimento
Do Quartel General mental no crânio
Fazendo faltar sangue e ar aos neurônios
(Ao exército de bilhões de servos mentais)
Antes que os sensores soassem os alarmes
Pelos alertas dos sete buracos da cabeça
Poderiam juntas obter nossa libertação
Se as minhas mãos tivessem força
Pra vencer o poder da mente no coração.


                                                                                M/2012

VARIAÇÕES ADVERBIAIS

Nunca é nada
E nada é nunca
Na vida...
Tudo é sempre
E sempre é tudo
Na morte...
Nada é sempre
E nunca é tudo
Na vida...
Sempre é nada
E tudo é nunca
Na morte...
Sempre é nunca
E tudo é nada
Nunca é sempre
E nada é tudo
Na vida e na morte.

                                   E/2008