INOCÊNCIA LÓGICA PRESUMIDA


Quero deixar provado
Que mesmo a prova ideal
Que pretende provar tudo
Nunca prova nada

Quero deixar provado
Que não há prova
Que prove alguma coisa
Com aprovação geral

Como não há prova
De que há provas
Logo há prova
De que não há provas

Resulto, pois, inocente
Da autoria destes versos
Pois nada prova a presumida
Fonte em mim de sua nascente.

                                                E/2009

Poeteiro


Não é que eu seja um convencido
Mas relendo meu último livro de poemas
Entrei para o rol dos meus poetas preferidos.
                                                                                   I/2005

Freeway


A página está virada
não tens mais nada  o que explicar
podes seguir na tua estrada
e outros adiante atropelar
podes seguir no rumo do nada
que eu saltei fora
e no desvio vou me afastar
podes seguir na tua autoestrada
que nos atalhos
pelo amor vou me salvar.
                                             P/1996