Poema é como um
gaveteiro
Em que cada
verso é uma gaveta
Onde
engavetamos nossos sentimentos do mundo
Materializados em
palavras sólidas
Portanto, como
qualquer outro tipo de guardado
Ficam sujeitos
à depreciação do tempo
Reler nossos
próprios poemas antigos
É como remexer
nas gavetas do sótão
Com traças,
mofos e vãs naftalinas
Pois só ficam
fora de moda e de época
Mas sempre
desvelam peças esquecidas
Que confinam
vivos os nossos fantasmas inconscientes.
O poeta fica
engavetado em seus poemas.
E/2009