Escoa
no choro da calha
Jorro
de lágrimas vindas do céu
trazendo
fria umidade
e
levando pro fundo da terra
lembranças
nossas pra quem já morreu
Emoldurados
na parede
meus
mortos observam meus movimentos
silenciosamente
convictos
da
universalidade da trajetória
não
se contentam com a comunicação
feita
pela chuva entre as duas dimensões
e
aguardam, pacienciosos, o reencontro
Ilusão
vã...
na
casa escura e quieta
percorro
o corredor infinitas vezes
transito
no difícil trânsito da transição
e
no lerdo movimento de translação
sob
a vigilância atenta dos meus mortos.
S/1979