Poetar II (psicose)

Noite de insônia
em que nasce um poema
é duplamente perdida
pela ânsia da noite não dormida
e pelo fardo do poema inútil
que carregamos o resto da vida

O pior da insônia, o que mais chateia
é o medo de ver as coisas que a noite esconde
como almas do outro mundo nas sombras
ou de ver pela janela, sob a lua cheia
o vizinho enterrando um cadáver no quintal.

(P/1996)

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