COTIDIANO I



Num delírio transparente
Fico a tecer no tempo
Minha cotidiana vida
Que passa indiferente
Navegando nas ondas
Agitadas do dia
Que finda na calmaria
De uma noite
Na solidão de um quarto
Onde ouço o açoite
Do vento na madeira
Que protege meu corpo inerte
Nas asas do pensamento
Cruzo o abismo que beira
O meu leito e o mundo
Para deliciar-me na inconsciência...
Para cair vitorioso
Nas profundezas do sono.

G/1972

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