Que janela é esta
que me cativa?
Que som é este
que corta o vidro fechado?
Que luz é aquela
que vem daquela rua escura?
Que tic-tac é aquele
que vem daquela máquina estranha?
Que regulamento é esse
que me regula e rege?
Que coação abstrata é essa
que servilmente obedeço?
Que expectativa é esta
em cada passo que piso?
Que murmúrios são estes
onde só vejo sorrisos?
Que desalento é este
nas mínimas coisas?
Que porta é esta
em que entrei?
FE/1974
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