Perdido
em meu descaminho
trilhei
estradas que não têm lei
e
sem um sentido à vida
por
mares negros naveguei
ergui
pontes sobre abismos
e
dos penhascos despenquei
bebi
d´água mais ardente
das
vertentes que encontrei.
Asas do infinito
Paz para os aflitos!
Na
aridez do deserto
me
vi de perto, me espelhei
e
no fundo do espaço
homem
de aço me transformei
qual
nave que corta o cosmos
de
mim próprio me afastei
e
sem um sentido à vida
minha
voz então calei.
Asas do abandono
Terras para os colonos!
Perdido
em meu descaminho
feito
fera que não se deixa cativar
um
grande covil de cobras
fiz
do meu peito por não lutar
limitado
por meus muros
me
esfolei até sangrar
porém
num sopro de vida
consegui
me libertar.
Asas da liberdade
Lucidez pra mocidade!
Hoje
sou violeiro que viola
as
violações violadas
hoje
sou tropeiro que tropeia
as
tropas apartadas
hoje
sou cancioneiro que canciona
as
canções cansadas
hoje
sou missioneiro que missiona
as
missões arruinadas.
Asas da criação
Luz pra escuridão!
FE/1980
Nenhum comentário:
Postar um comentário