Descobri, sem
calma, na própria carne
A prova da
imortalidade da alma
E que o
espírito cresce, mas não envelhece
De repente
eis-me materialmente envelhecido
Meio século de
desgastes físicos sofridos
Caracterizam
minha figura conforme a idade
Devido às
deformações erosivas da temporalidade
Sobre todas as coisas
contingentes e finitas
Mas a prova em
que especulo e me agito
Que me dá
consciência de que sou espírito
São as pernas
em minissaias e os seios imponentes
São as bundas e
rostos das bem-dotadas adolescentes
Aflito percebo
que por dentro sou o mesmo de sempre
E que o tempo
não erodiu a minha atração pela beleza
Apenas me deu
esperteza para compreender a situação
Que, no fundo,
a atemporalidade do aflito espírito na mística
Transformou-me
em mais um abominável velho babão
Apenas menos patético, pois com uma filosófica
explicação metafísica.
I/2005
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