No meu violão
há um mistério profundo
de psicótica neurose
de nem Freud explicar
quando estou triste
ele chora tão fundo
faz nos seus sons
a minha mágoa escoar
quando estou vivo
ele berra tão alto
que no Planalto
todos faz acordar
quando estou morto
ele reza tão feio
que não há burguês anseio
que não queira arrasar.
No meu violão
há um mistério profundo
de poética mensagem
para o povo cantar
quando solta a voz
ele é tão filho do mundo
que qualquer fronteira
o afronta a lutar
quando estou livre
ele canta tão belo
que no castelo
todos faz assombrar
quando estou preso
ele ruge tão bravo
que não há escravo
que não queira se libertar.
(QE/1980)
Nenhum comentário:
Postar um comentário