A MORTE DO SOL















Como é triste a morte da flor
dos homens e das aves
A morte dos inferiores é lúgubre
Quem me dera ter a morte do sol!
Percorrer resignado o meu caminho
até a máxima elevação a pino
e quando começar o descer triunfal
espelhar-me em um rio calmo
ver-me no fundo, no rio...
Depois, próximo da linha final
explodir e fazer-me colorido
tingir o rio e o céu com minhas entranhas
perder-me em minhas cores
para que quando as pessoas
ao verem-me morrer se maravilhem
e quando pensarem que estou morrendo
perdido em minhas cores
perdendo a minha luz...
que a luz que vêem seja de minhas cores
e que eu já esteja morto
nascendo no novo dia...

(FE/1975)

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