Agora eu canto
não mais o meu espanto
agora eu canto
um canto pra despertar
Agora eu canto
não mais o meu pranto
agora eu canto
um canto feito pra espantar
Agora eu canto
dentro de um rumo
o qual eu assumo
para o povo alertar
Agora eu canto
e sou um cantador
não sou mais cantor
que canta por cantar
Agora eu canto
o canto da massa
da gente sofrida
que não quer calar
Agora eu canto
a voz dos oprimidos
e dos explorados
que querem gritar
Agora eu canto
o rude homem do campo
que a estrutura agrária
com suas mãos quer reformar
Agora eu canto
o canto do operário
que sequer ganha salário
pro seu próprio sustentar
Agora eu canto
o réu desempregado
socialmente obrigado
a se marginalizar
Agora eu canto
a dona de casa
que saiu de casa
pra se libertar
Agora eu canto
e sou um lutador
não sou mais cantor
que canta sem lutar.
(QO/1984)
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