CAPACHO VELHO

Como um peludo tapete branco
De pele de urso com  cabeça
Estendido sob os pés do poder perverso
Do capitalismo politicamente incorreto
Que faz riquezas cavando buracos
Na camada de ozônio do planeta
Fico escutando as conversações e acordos
Das cúpulas das poderosas nações desunidas
Sobre a proteção da natureza
Do meio ambiente e da pobreza
Sob a névoa da fumaça dos charutos transgênicos
Expelidas das chaminés poluentes de suas narinas...
 Imobilizado, não consigo puxar-lhes o tapete
Nem um abraço de urso, nem um urro forte
Nada mais tenho para os ameaçar
Sou mais um velho capacho, sem esperança
De fazer ou ver o mundo melhorar.

                                                                       (I/2007)

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